Ás vezes eu fico pensando se há lugar no mundo para a verdade,
então me lembro que essa verdade é só uma coisa que eu criei
só porque me sentia terrívelmente entediado .
Eu sei que há uma imensidão nos astros,
mas eles são pequenos demais quando vistos daqui.
Não sei se algum dia eu quis de verdade que eles fossem maiores do que me pareciam,
sei apenas que a ciência fez eles crescerem.
Eu também sonhei que numa noite estranha
a lua caia em cima de mim.
e desesperadamente eu gritava perguntando: imaginando poder descobrir o assassino da inspiradora lua,
mas nimguém me respondia,
e quando ela me atingiu,
percebi que a lua era apenas uma bexiga inflável,
Quando eu acordei percebi que estava dormindo,
olhei ao meu redor
e percebi que o meu humilde quarto me observava
e eu também comecei a me observar ali,
lembrei das garotas selvagens que comigo pernoitaram,
convivendo com a possibilidade de escutar o que meu quarto secretamente falava de mim
com sua voz baixa,
de quem que imagina que não está sendo escutado .
Eu não me interesso em saber o que elas realmente pensaram,
quero saber sim o que sentiram, se se exploraram
e se se tatuaram em mim .
Os meus olhos marolados querem enxergar o incompreensível, o nunca antes sonhado,
O eterno invísel,
Querem ver a escuridão do indefínivel e se esquecerem antes mesmo de pensarem,
Parece que O tempo não é o sempre, não é o agora e não é o que foi.
O tempo é apenas uma conveniência, uma invençaõ como qualquer outra,
participando do mesmo ofício de completar a imensa invenção
de explicar só para deixar o desespero cada vez mais visível .